sexta-feira, 2 de março de 2012

Automedicação pode piorar dor de cabeça



Os números são altos: 46% da população tem dor de cabeça, 42% sofrem dor de cabeça tensional, 11%, de enxaqueca e 2%, de enxaqueca crônica. Além do grande número de pessoas que em algum momento de suas vidas se deparam com baixa produtividade e piora na qualidade de vida devido à uma dor, os dados também demonstram a grande freqüência da doença e como se confunde com um “estado normal”. Ou seja, para não parar suas vidas por conta da dor de cabeça, muitos pacientes optam pelo caminho considerado mais rápido e pontual: a automedicação para aliviar o problema naquele momento.

Estudo recente publicado no “Atlas of Headache Disorders”, da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostrou que 50% das pessoas com dor de cabeça praticam a automedicação sem ter tido nenhum contato com profissional da saúde. 
As pessoas começam a conviver com a dor e não percebem que o uso de medicamentos sem o diagnóstico correto e acompanhamento médico só levará a um agravamento do problema, ou seja, ela se tornará crônica com aumento na frequência em que irá ocorrer e na intensidade.

Essa atitude de se automedicar tem se mostrado cada vez mais um problema de saúde pública. Um artigo publicado este ano na revista Pain trata o uso abusivo de medicamentos para tratar a dor de cabeça como uma pandemia silenciosa. De acordo com Calia, existem mais de 150 diferentes tipos de dor de cabeça e é fundamental que um neurologista faça o correto diagnóstico da doença e indique o tratamento mais adequado para cada caso.

O tratamento, por exemplo, da enxaqueca crônica - caracterizada por no mínimo 15 dias de dor de cabeça, com duração de mais de quatro horas por dia, por mais de três meses – é complexo e envolve uma série de medidas medicamentosas e não medicamentosas.

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o uso da toxina botulínica para enxaqueca crônica. Porém, o medicamento não deve ser usado para outros tipos de dores de cabeça porque ainda não existem estudos que comprovem sua eficácia e cada dor possui características distintas.
No caso do tratamento referido, o estudo que foi realizado com mais de mil pessoas mostrou que além das crises terem diminuído em 50%, em número de dias e horas de dor, houve uma queda também no uso de medicamentos orais, que provocam efeitos colaterais e o agravamento da dor ao longo do tempo. Além disso, o excesso de medicação causa um impacto econômico na vida destes pacientes.

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