Depois de pegar pesado na academia, nada melhor que receber uma relaxante massagem. Dá até vontade de dormir, enquanto os músculos cansados se recuperam do desgaste físico. No entanto estudos recentes contestam a eficácia do procedimento para este fim.
Foram realizadas uma série de pesquisas na universidade de West Virgínia - EUA para verificar a relação entre massagem e recuperação do tecido muscular , com a direção de especialistas em irrigação sanguínea muscular, o estudo demonstrou que o músculo precisa de sangue para receber nutrientes e se recuperar mais rapidamente. Além disso, o sangue favorece a eliminação do ácido lático, substância associada à fadiga muscular e uma das responsáveis por deixar o músculo dolorido depois da atividade física.
Durante o estudo, os voluntários passaram dois minutos correndo a 80% de sua capacidade máxima , por quatro ciclos seguidos com um minuto de intervalo entre os ciclos , O treino era ininterrupto e buscava a capacidade máxima dos jovens. Ao término da atividade, os voluntários estavam com o coração acelerado e chacoalhando as pernas em sinal de fadiga. O nível de ácido lático, mensurado por um cateter, também estava bem mais alto.
O grupo foi dividido em três subgrupos. O primeiro simplesmente descansou por 10 minutos, na chamada recuperação passiva. O segundo passou o mesmo período realizando exercícios leves. (caminhadas e exercícios na piscina) . Por fim, o último grupo desfrutou de uma relaxante massagem. Um massagista esportivo certificado foi escalado para o serviço.
Nos voluntários massageados, o resultado foi justamente o oposto do esperado. Eles registraram a menor irrigação sanguínea entre todos os grupos. A massagem diminuía momentaneamente a alimentação do músculo exercitado. Embora ela fosse recuperada no instante seguinte, o balanço após 10 minutos não foi nada animador. O fluxo sanguíneo das pernas foi mensurado por ultra-som, enquanto a concentração de ácido lático era monitorada por amostras de sangue.
O grupo da recuperação ativa, que fez exercícios leves, teve um resultado bem melhor. Mesmo assim, os pesquisadores constataram que a contração muscular, embora leve, também comprimia os vasos sanguíneos do músculo, prejudicando sua irrigação. O melhor resultado foi obtido pelo grupo da recuperação passiva.
A conclusão a que chegou o estudo , é que a massagem impede a remoção do ácido lático dos músculos exercitados. O trabalho foi publicado na “Medicine and Science in Sports & Exercise.”
Os exercícios de baixa intensidade são bem vistos como alternativa de recuperação , a atividade leve melhora a circulação sanguínea e ajuda na eliminação de ácido lático, essa forma de recuperação é bastante utilizada em atividades como futebol. Muitos jogadores fazem hidroginástica depois do treino, no entanto o Futebol é um exercício chamado de aeróbio intermitente , diferente do exercício usado no experimento americano , é neste ponto que contesto a totalidade da afirmação que fora feita ao final do mesmo.
Se verificarmos que exercícios de academia, como o levantamento de pesos (Musculação), são anaeróbicos. Eles agem sobre as fibras brancas, que possuem um metabolismo próprio - Elas não se beneficiam tanto com a irrigação sanguínea - , logo, a massagem tem pouco impacto.
Já exercícios aeróbicos ativam fibras vermelhas, que precisam mais de irrigação sanguínea, sendo assim, a massagem vai ajudar na recuperação.
No entanto posso afirmar que em caso de lesões ocorridas na prática da corrida de rua , a massagem pode piorar a situação, mas e nos demais casos, fazer ou não fazer a massagem?
Apesar de existirem teses e estudos conflitantes, nenhum deles sugere evitar a massagem sob risco de danos sérios à saúde. O máximo que pode acontecer é uma recuperação mais demorada.
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